Mesmo com a legenda figurando a partir de 2023 com destaque na vice-presidência da República, os socialistas pernambucanos já iniciaram a busca por novos caminhos e alternativas para a sobrevivência política após 16 anos de poder no estado
*Por Marcelo Jorge
Mesmo com a manutenção da maior bancada de deputados estaduais na Assembleia Legislativa de Pernambuco (ALEPE) em 2023, com 14 parlamentares eleitos, o Partido Socialista Brasileiro (PSB) não tem, em plano estadual, muito a comemorar.
Com a derrota nas urnas do deputado Danilo Cabral, escalado para cumprimento do projeto de sucessão de Paulo Câmara e manutenção dos socialistas no comando do estado, as posições se invertem e agora a até então desprezada oposição tornou-se situação, em um dos momentos mais melindrosos da política no país, com uma polarização e palanques nacionais ainda armados.
A ascensão de Raquel Lyra (PSDB) ao mais importante cargo político do estado, que já foi governado com maestria pelo PSB nos tempos de Eduardo Campos, deixa claro a partir de agora o protagonismo tucano de Pernambuco, que passa a ser menina dos olhos da legenda ao lado dos outros dois Eduardos: o gaúcho Eduardo Leite e o sul-matogrossense Eduardo Riedel, governadores eleitos também pela sigla.
Por aqui, com três deputados do agreste filiados a legenda – Débora Almeida Álvaro Porto e Izaias Régis – e a provável chegada de reforços de outros partidos para fortalecer a nova base governamental, à exemplo dos já confirmados socialistas recém eleitos Dannilo Godoy (ex-prefeito de Bom Conselho), Jarbas Filho, Franz Hacker e o veterano Rodrigo Novaes, já começam a garantir desde já, mais musculatura para o início da gestão.
Além dos deputados do PSB, prefeitos que pertencem a legenda também deverão se posicionar para garantirem sobrevivência política, um olhar diferenciado sobre seus municípios, bem como atenuarem os avanços dos agora aliados de Raquel em todo o estado, que se preparam para disputar espaços municipais, o que deve modificar o mapa político de Pernambuco nas eleições de 2024
Com a mudança das peças no xadrez político do PSB pernambucano, é necessário, antes que tudo, um mergulho dos líderes da sigla e de socialistas no interior, para que possa haver uma admissão de culpa, seguida de auto análise para tomada de rumos.
Uma atenuante para o PSB é sem dúvidas, a chegada do PT ao comando do país, em razão do apoio da legenda à Lula, que tem Alckmin na vice e com isso espera-se um gesto da majoritária nacional na indicação de alguns quadros derrotados no estado para cargos federais.
Na Câmara Federal, o partido elegeu cinco deputados pernambucanos, mantendo o mesmo número de vagas que tem na atual legislatura.
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